quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O processo os Távora


Na sequência do terramoto, D. José I deu ao seu primeiro-ministro poderes acrescidos, tornando Sebastião de Melo numa espécie de ditador. À medida que o seu poder cresceu, os seus inimigos aumentaram e as disputas com a alta nobreza tornaram-se frequentes.

Em 1758 D. José I é ferido numa tentativa de regicídio. A família de Távora e o Duque de Aveiro foram implicados no atentado e executados após um rápido julgamento. Sebastião de Melo não mostrou misericórdia, tendo perseguido cada um dos envolvidos, incluindo mulheres e crianças.

Com este golpe final, o poder da nobreza foi decisivamente contrariado, marcando uma vitória sobre os inimigos do rei. Pela sua acção rápida, D. José I atribuiu ao seu leal ministro o título de Conde de Oeiras em 1759.

A 3 de Setembro 1759, um ano depois da tentativa de regicídio a D. José, expulsou os jesuítas da metrópole e das colónias, confiscando seus bens, sob a alegação de que a Companhia de Jesus agia como um poder autônomo dentro do Estado português e as suas ligações internacionais eram um entrave ao fortalecimento do poder régio.

No seguimento do caso Távora, o novo Conde de Oeiras não conheceu qualquer nova oposição. Adquirindo o título de Marquês de Pombal em 1770, teve quase exclusivamente o poder de governar Portugal até à morte de D. José I em 1777.

A sucessora, rainha Maria I e o seu marido Pedro III detestavam o Marquês. Maria I teria alegadamente sofrido de ataques de raiva apenas ao ouvir o nome do antigo primeiro-ministro de seu pai.

A Rainha nunca perdoou a impiedade mostrada para com a família Távora e retirou-lhe todos os cargos. Mais ordenou que o Marquês se resguardasse sempre a uma distância de pelo menos 20 milhas dela. Se passasse em viagem por uma das suas propriedades, o Marquês era obrigado por decreto a afastar-se de casa.

O Marquês de Pombal morreu pacificamente na sua propriedade em 15 de Maio de 1782. Os seus últimos dias de vida foram vividos em Pombal e na Quinta da Gramela, propriedade que herdara de seu tio, o arciprestre Paulo de Carvalho e Ataíde, em 1713.

Hoje, ele é relembrado numa enorme estátua inaugurada por Oliveira Salazar, em 1934, numa das mais importantes praças de Lisboa, que tem o seu nome. Marquês de Pombal é também o nome da estação de metropolitano mais movimentada de Lisboa.

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